5G da Huawei: vai dar guerra?

Autor: Telium Networks
Publicação: 11/11/2020 às 10:18

O mundo da tecnologia está longe de ser amistoso e colaborativo.

Diretamente afetado pelas decisões políticas e interesses regionais, as gigantes tecnológicas encontram aliados e inimigos aonde quer que vão.

Atualmente, em 2020, o 5G, novo padrão de tecnologia para redes móveis tomou as redes sociais com diversas teorias conspiratórias e sem fundamentos sobre “possíveis efeitos colaterais” gerados pelas antenas de transmissão.

Comentamos essas conspirações em outro artigo (aqui), porém, a polêmica não se limita às ideias conspiratórias de alguns grupos mais radicais.

A Huawei, gigante chinesa no setor de tecnologia se envolveu em uma grande polêmica com o governo norte-americano, que fez sérias acusações contra a empresa.

 

Entendendo mais o caso

Washington acusa a empresa de violar o embargo ao Irã, espionagem industrial e roubo de tecnologia, acusações veementemente negadas pela gigante chinesa.

Para os EUA, porém, o mais perigoso é a empresa permitir que autoridades chinesas utilizem sua infraestrutura para monitorar o tráfego de dados de outros países.

A Huawei garante que negará qualquer solicitação do governo chinês que comprometa a confiabilidade da empresa.

Apesar das promessas, alguns países já foram convencidos pela retórica norte-americana, tais como Austrália e Japão. A Nova Zelândia entrou brevemente para o grupo, porém, voltou atrás.

 

Guerra política e tecnológica

A posição irredutível de Washington em relação à empresa coloca os parceiros comerciais dos EUA, incluindo o Brasil, em uma posição complicada, entre negociar seus próprios interesses e não entrar em conflitos com o parceiro comercial.

A União Europeia tem manifestado grandes ressalvas sobre a segurança de dados de seus cidadãos, no entanto, individualmente, os países do bloco têm sido mais moderados.

Alemanha, França, Espanha, Itália, Polônia e Grécia já possuem equipamentos da empresa, ou data prevista para as instalações, enquanto a Inglaterra, que está para se desligar do bloco, optou por aderir às sanções norte-americanas e se aproximar economicamente dos Estados Unidos.

O Brasil também segue a linha Norte-Americana, com discursos sinalizando possíveis restrições aos leilões de 5g do país.

Há, no entanto, grandes possibilidades do cenário se modificar de acordo com os resultados das eleições americanas, o que pode afetar as relações entre Brasil e Estados Unidos.

 

O cenário atual do 5G

Os motivos que têm levado tantos países a ponderarem cuidadosamente seus contratos com a Huawei e a relação com os americanos é a grande vantagem de desenvolvimento que a empresa chinesa possui em relação aos seus concorrentes.

As torres 5G já estão sendo amplamente difundidas no continente asiático, enquanto o ocidente não possui opção de concorrência igual no momento.

Isso se deve ao pesado investimento que a empresa fez na tecnologia, apostando em sair rapidamente na frente dos seus maiores concorrentes.

 

Vantagens do 5G

Outro motivo que coloca os países em posição delicada é a vantagem evidente que concorrentes terão ao implementar o 5G antecipadamente. A diferença entre performance com relação ao formato anterior é brutal e refletirá de maneira considerável no desempenho de mercado de seus países. Quando comparamos, a rede 4G opera em frequências de até 2,5GHz enquanto o 5G pode operar em frequências de até 95GHz.

Não somente a amplitude espectral é incrivelmente superior, como a velocidade do 5G também é cerca de 20 vezes maior.

Essa diferença em desempenho permite uma variedade muito maior de operações, gerando grandes vantagens competitivas para quem sair na frente.

Teremos que aguardar os novos capítulos desta história para chegarmos a uma conclusão.